Plantas Ornamentais


Introdução: as plantas ornamentais distinguem-se pelo florescimento, pela forma ou colorido das folhas e pela forma e aspecto geral da planta. Preenchem os espaços livres e adaptam-se a recipientes de enfeites, estabelecimento no mundo moderno o contato mínimo possível do homem com a natureza.


Tipos: Segundo a natureza de sua estrutura, são herbáceas as plantas que possuem tecidos poucos consistentes e são lenhosas as que tem tecidos rijos, endurecidos que formam o lenho. Entre esses dois tipos básicos existem os intermediários, as semi-herbáceas e as semi-lenhosas. em qualquer desses tipos enquadram os arbustos e no das lenhosas, as árvores.


Ciclos: As plantas tem ciclos vegetativos variáveis. São anuais as que têm dentro de uma ou duas estações do ano. Reproduzem-se exclusivamente por sementes. São bienais as de ciclo que estende-se por mais de quatro estações. Geralmente são cultivadas como se fossem anuais. Ambos ciclos abrangem plantas herbáceas. São perenes quando o ciclo é indeterminado.


Caules: É a haste da planta, entre as raízes e as folhas. Apresentam diversidade de forma e dimensões. Geralmente é aéreo, mas pode ser subterrâneo. O caule subterrâneo e bulbo, como tubérculo quando dilatado pelo acúmulo de reservas de alimento, com gema de brotação. É rizoma quando subterrâneo com uma certa reserva alimentar, porém, dotados de nós com gemas de brotação.


As plantas bulbosas e rizomatosas podem ser perenes ou passar por períodos de repouso, de repouso, com o desaparecimento temporário da parte aérea, voltando depois a brotar. Geralmente são herbáceas e formam touceiras.


Crescimento: As plantas formam diversos grupos ao efeito que podem proporcionar. Um é o das que proporcionam efeito pelas flores que produzem. Outro, pelas folhagem vistosa que possuem. Ambos grupos são utilizados na formação de conjuntos em canteiros, a meia-sombra ou pleno sol. Há as que são utilizadas isoladamente ou em vasos individuais, assim como as que destinam-se a produção de flores cortadas. Podem ocorrer as que produzem efeito misto, de flores e folhagem.


Plantas herbáceas ou arbustivas podem ser adequadas para plantio de bordaduras, fileiras de plantas geralmente de porte baixo que marcam os limites de uma canteiro ou que prestam-se para formar desenhos ou arabescos decorativos. São mantidas com seu porte natural ou por meio de podas cuidadosas.




Cercas vivas ou sebes são formadas por plantas mantidas a uma altura conveniente por meio de podas. São renques quando as plantas não são podadas.
As forrações substituem parcialmente os gramados com a utilização de plantas baixas ou reptantes. 
Diferenciam-se deles por não suportarem pisoteio.




As trepadeiras prestam-se para revestir grades, cercas, muros, paredes, caramanchões, pérgolas, portais, dependendo do vigor de crescimento.





As plantas escandentes prestam-se para plantio em locais alto, comportando-se como  pendentes.


Multiplicação: As plantas são multiplicadas por diferentes processos. As anuais e bienais são exclusivamente por sementes e as perenes por sementes, estaquia, alporquia, mergulhia, ou divisão de touceira, dependendo da própria planta ou da maior facilidade em multiplicá-la.


Multiplicação por sementes: Pode ser feita ao ar livre, ameia-sombra ou sob proteção de telhados e estufas, em canteiros, em caixa ou bandejas. estas ultimas são estampadas com formas piramidais ou tubetes cônicos, sustentados por estaleiros.
O meio de semeadura é um substrato composto encontrado no comércio ou finamente peneirado cuja composição pode ser 2/3 de terra vegetal e 1/3 de areia fina.

*Na semeadura em canteiro ou em caixa as sementes são colocadas em sulcos rasos, em fileiras contínuas e nas bandejas, 2-3 sementes em cada forma ou tubete. Eventualmente as sementes podem ser grandes, sendo conveniente colocar de 1-2 diretamente em saquinhos plásticos.

*Após a semeação irriga-se o substrato utilizando jato através de crivo fino. A própria água cobre os sulcos abertos.

A germinação ocorre melhor à temperatura entre 20-24grausC. Quando inicia-se ao ar livre é conveniente uma proteção de cobertura alta nas horas mais quentes do dia.


Transplante da mudas: As mudas de plantas anuais não podem permanecer muito tempo no local de semeação, devendo ser transportadas quando tiverem cerca de 10 cm de altura, definindo-se o destino delas, para canteiros, para plásticos de litro ou para caixas coletivas.




O transplante deverá ser feito pela manhã ou à tarde e precedido de uma irrigação.
* As mudinhas de bandejas ou tubetes são as que menos sofrem com o transplante por sairem com pequeno torrão.

Preparo do canteiro: O canteiro destinado às mudas transplantadas deverá estar previamente preparado, com a terra revolvida, destorroada, nivelada e enriquecida com matéria orgânica e adubação química.

A matéria orgânica poderá ser esterco curtido de curral, de 10-15 kg por metro quadrado. Pode ser utilizada em seu lugar esterco curtido de aves, 3 kg/m2, torta de mamona, de 1kg/m2. Os dois últimos componentes um ou outro devem ser aplicados 10 dias antes do transplante.

Os adubos químicos do comércio são formulações já preparadas, com nutrientes básicos, nitrogênio, fósforo e potássio. Podem ser usada a composição NPK 5-10-10 por exemplo, aplicando  70 gramas/m2 em mistura com a terra.


Multiplicação por estacas: Estaca é um seguimento, geralmente de um ramo, utilizada para reproduzi-la por meio de seu enraizamento. É utilizada para multiplicar  plantas que não reproduzem-se por sementes.




tipos de estacas: As estacas herbáceas são obtidas de ramos herbáceos e as lenhosas, de ramos lenhosos. Os tipos intermediários são as estacas semi-herbáceas e as semi-lenhosas.




entre as estacas herbáceas estão as foliáceas, obtidas da porção terminal dos ramos.
As plantas lenhosas que passam por um período de repouso no inverno, geralmente são multiplicadas por estacas lenhosas nesse período.

As estacas herbáceas são obtidas em qualquer época do ano, exceto no inverno. São  seguimentos de 12-15 cm de comprimento, o corte da base feito abaixo de um nó ou gema, em bisel e o da ponta acima também de um nó. 
*Retiram-se as folhas da base, deixando 2-3 na extremidade superior.

As estacas foliáceas são folhas íntegras acompanhada do pecíolo. Em algumas plantas as folhas mesmo divididas em fragmento, têm a capacidade de enraizarem. Outras estacas foliáceas devem ter a folha com o pecíolo acompanhado da base da respectiva gema com um segmento do ramo.

As estacas lenhosa são obtidos de ramos sadios, geralmente após florescimento. São segmentos de ramos com 1-1,5 cm de diâmetro, evitando as porções muito grossas ou muito finas, com  15-20 cm de comprimento, preparados como no caso das estacas herbáceas. As folhas da base são retiradas e deixadas 2-3 da parte superior.


Multiplicação por alporque: Alporquia é uma processo de multiplicação de plantas, que consiste em induzir uma ramos a emitir raízes, quando ainda ligado a ela.
Para isso são feitos alporques, representados por um substrato acondicionado para nele desenvolverem-se raízes.
Os ramos para o alporques deverão ser sadios, de 1-1,5 cm de diâmetro, de textura semi-lenhosa, desprezando-se os ramos muito velhos.




A zona para o alporque deve estar a 20-30 cm de da ponta do ramo, um pouco abaixo de um nó com sua gema. 
As folhas da região escolhidas são retiradas, deixando-se as demais.
Retira-se a casca de maneira a ficar uma anel com cerca de uma centímetro de largura em torno do ramo.


Multiplicação por mergulhia: A mergulhia é uma variação da alporquia.
Leva-se o ramo ao substrato em que deverá enraizar. É um processo utilizado ocasionalmente e na natureza pode ocorrer espontaneamente.






O ramo deverá ser longo, flexível, de diâmetro entre 1-3 cm de e estar localizado próximo da terra.
É recurvado de maneira que uma parte dele, desprovida de folhas, seja encaixada numa cova, então preenchida com terra vegetal. Para evitar que o ramos escape da cova, coloca-se um peso sobre ela, mantendo-se a porta emergente o mais vertical possível por meio de uma estaca.
 O enraizamento pode ser estimulado cortando um anel como na alporquia e pincelando-o com  hormônio. A cova da mergulhia deverá ser permeável e ficar sempre úmida.
Verificado o enraizamento, o ramo é cortado e a parte enraizada passada para um recipiente mantido sob  proteção e tratado como qualquer outra muda.


Multiplicação por enxertia: enxertia é a obtenção de uma planta introduzindo uma outra parte dela em outra planta, na qual ela irá desenvolver-se, conseguindo-se um enxerto.
Há diversos tipos de enxertia e em todos eles devem-se ter previamente uma planta que vem a ser o porta-enxerto ou cavalo, com afinidade com a planta que se deseja, cuja parte é o cavaleiro.





A enxertia de plantas ornamentais restringe-se quase a um único tipo, o da borbulhia,que consiste numa borbulha retirada da planta que se deseja, desprovida de folha, mas com um pouco de casca.

O enxerto é feito por uma incisão em T ou T invertido no porta-enxerto, levantando-se a casca e introduzindo a borbulha. Para fixá-la é passado um barbante ou fita plástica no conjunto. A gema irá se desenvolver formando um broto.
A seguir o porta-enxerto é aparado acima do broto obtendo-se a muda desejada.


Multiplicação por bulbos: Os bulbos são caules subterrâneos, às vezes aéreos, dilatados, cônicos, ovalados ou esféricos com uma gema protegida com escamas carnosas ou túnicas. As plantas bulbosas podes ser perenes ou passar por um período de repouso no qual perdem a parte aérea.




 principal, constituindo bulbilhos. Ambas formam bulbos laterais, filhotes de bulbos
São multiplicadas arrancando os bulbos, separando e guardando se houver necessidade por algum tempo, plantando-os novamente. Os bulbilhos irão transformar em bulbos normais.
Procede-se da mesma forma com as plantas bulbosas que passam por um período de repouso, arrancando-as durante essa fase.


Multiplicação por rizomas: Rizomas são caules subterrâneos dotados de reservas, com nós, gemas, escamas. São mais ou menos cilíndricos e crescem lateralmente formando touceira. As plantas rizomatosas podem ser perenes ou passar por um período de repouso.
São multiplicadas arrancando-se a touceira e separando-a por partes. As de repouso são arrancadas e divididas nessa fase.




Multiplicação por tubérculos: Tubérculos são caules subterrâneos, às vezes aéreos, dilatados dotados de gemas chamadas "olhos". Originam-se de ramos subterrâneos e as plantas que os produzem são tuberosas ou tuberculosas. Geralmente passam por um período de repouso e multiplicadas  como bulbosas.





Variegação


Plantas variegadas são as que possuem folhas com listras, faixas ou manchas amarelas, amareladas, vermelhas, roxas ou roxa-avermelhadas. Essa modificação da cor verde  normal constituem a variegação.






Eventualmente surgem plantas albinas na semeação, que perderam a capacidade de produzirem folhas verdes, com clorofila normais e que permaneceram brancas por um certo tempo. Às vezes as folhas ficam totalmente amarelas e são consideradas  também albinas.

A variegação abrange toda a espessura da folha e deixam ser variegadas as que têm folhas coloridas devido a pelos, escamas ou ar na cutículas.

A variegação não deverá ser confundida com manchas provocadas pela clorose e deficiências minerais.




Muitas vezes a variegação torna-se esmaecida nas plantas cultivadas à sombra, mas em regra as plantas variegadas têm as folhas queimadas quando expostas a sol direto e precisam ser mantidas a meia-sombra.

As plantas variegadas multiplicadas por sementes nem sempre dão origem a mudas variegadas, estas surgindo às vezes em porcentagem mínima. 






A variegação pode surgir espontaneamente numa planta normal e o ramo assim variegado aproveitado com estaca ou alporque, dá origem a uma variedade variegada.

As plantas variegadas são menos vigorosas que as normais, mas às vezes cultivadas em solos muito ricos ou adubados podem perder parcial ou totalmente a variegação.

A variegação não tem relação nenhuma com  as plantas cujas folhas apresentam gradações coloridas no outono.

As plantas variegadas têm o mesmo nome botânico da planta de origem, acrescentado da abreviação var. ou cv. e mais o nome hortícola que a designa.


Plantas Ornamentais no Brasil, Arbustivas, herbáceas e trepadeiras

Terceira edição      Autor   Harri  Lorenzi e  Hermes Moreira de Souza


































































Castanha-do-maranhão, mamorana ou cacau-selvagem



Castanha-do-maranhão, mamorana ou cacau-selvagem


Características morfológicas: Altura de 4-6 m, de copa rala, com tronco liso de 30-40 cm de diâmetro. Folhas compostas digitadas, de 5-7 folíolos esparsamente pubescentes, de 10-27 cm de comprimento. Flores solitárias ou em pequeno número, com longos estames de cor esbranquiçadas. Os frutos são cápsulas elipsóides, deiscentes, contendo muitas sementes (castanhas) arredondadas de cor marrom e de cerca de 2 cm de diâmetro. 


Ocorrência: De Pernambuco ao Rio de Janeiro, na floresta pluvial atlântica.


Madeira: Muito leve, mole, de tecido frouxo, de baixa durabilidade natural.


Utilidades: A madeira pode ser empregada para confecção de objetos leves, como caixotaria, réguas, brinquedos, etc. A planta apresenta características ornamentais, principalmente pela coloração verde do tronco e pelo porte delicado; pode ser empregada com sucesso na arborização de ruas estreitas, onde já vem sendo esporadicamente utilizadas. É muito cultivadas nas regões litorâneas como cerca viva, devido à facilidade com que suas estacas regeneram uma uma nova planta. 
As castanhas são comestíveis, principalmente torradas; são também usadas para adulterar o cacau. Pode ser empregada em plantios mistos de áreas degradadas de preservação permanente.






 Informações ecológicas:planta perenifólia, heliófita. seletiva higrófita, características de mata pluvial atlântica. Ocorre principalmente em formações secundárias situadas em várzeas aluviais início de encostas. É rara no interior da mata primária densa.




folhas compostas digitadas de 5-7 folíolos


Fenologia: floresce a partir do final de setembro até novembro. A maturação dos frutos ocorre no período de janeiro-fevereiro.







Obtenção de sementes: Os frutos são colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea, ou recolher as sementes no chão após a queda. 
Após a colheita dos frutos na árvore leva-los ao sol para completarem a abertura e liberação das sementes. Um kg contém aproximadamente 380 unidades.







Produção de Mudas: colocar as sementes para germinação, logo que colhidas e sem nenhum tratamento, diretamente em recipientes individuais contendo substrato organo-arenoso. A emergência ocorrerá de 5-10 dias e, a germinação é total. O desenvolvimento das mudas é bastante rápido, podendo ser levada para plantio no local definitivo em menos de 4 meses. O desenvolvimento das plantas no campo também é rápido.


Árvores Brasileiras  Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil


Volume  01    Quarta  Edição                       Harri  Lorenzi




















Amesclinha



Amesclinha


Características morfológicas: Altura de 6-10 m, dotada de copa arredondada e densa, sem espinhos e com folhagem perene, apresentando tronco cilíndrico de 20-30 cm de diâmetro, revestido por casca rugosa de cor pardo-amarelada, descamando em placas finas e pequenas que deixam mostrar embaixo de uma cor avermelhada. Folhas compostas pinadas, de 12-17 cm de comprimento, com 26-34 folíolos de cada lado, com espículas foliosas aciculares e subcaducas; lâmina dos folíolos coriáceas, de 2,0-2,5 cm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais globosas, com flores andróginas de pétalas brancas e estiletes vináceos. Fruto legume achatado, deiscente, com 2-3 sementes igualmente achatadas.


Ocorrência: Região Amazônica, na floresta pluvial de terra firme situada sobre solos argilosos.


Madeira: Moderadamente pesada, de textura média e grã irregular, de resistência ao apodrecimento ainda desconhecida.






Utilidade: A madeira, de propriedades mecânica e físicas médias, é indicada apenas para obras internas de carpintaria e para lenha e carvão. A árvore e dotada de grande beleza, tanto pela delicada folhagem pinada como pela escassa, porém belíssima, florada; ser cultivada com sucesso no paisagismo geral de cidades tropicais.


Informações ecológicas: planta secundária, heliófita ou esciófita quanto a exigência de luz e seletiva higrófita quanto a exigência de água no solo, é característica exclusiva da floresta pluvial Amazônica, onde sua dispersão é ampla porém de ocorrência relativamente ao longo de sua área de distribuição.
Em cultivo no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, floresce e frutifica normalmente.


Fenologia: Floresce em mais de uma época do ano, principalmente de abril a julho. Os frutos amadurecem de outubro a dezembro.






Obtenção de Sementes: Os frutos deverão ser colhidos diretamente da árvore quando ainda não completamente maduros( quando com coloração marrom-esverdeada); em seguida deverão ser deixados à sombra para completar a abertura e liberação das sementes. Um kg de semente contém cerca de 7000 unidades






Produção de Mudas: As sementes deverão ser postas para germinação logo que colhidas em canteiros a meia-sombra preparados com substratos organo-arenoso, cobrindo-as com uma camada do mesmo substrato peneirado de espessura igual à sua altura e irrigando-se duas vezes ao dia. A emergência demora 20-30 dias com taxa de germinação inferior a 20%. O desenvolvimento das mudas, bem como das plantas no campo é considerado lento.



Árvores Brasileiras  Manual e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil


Volume  03         Primeira edição           Autor  Harri Lorenzi

















Tunam, mandacaru


Características morfológicas: Sua altura é de 8-15 m, espinescente, de copa aberta com forma de candelabro, com muitos ramos verde-azulados do tipo cladódio, de tecido mucilaginoso e com papel de folha, com 5-12 quinas( plantas jovens tem 3-5 quinas), com espinhos sobre as quinas, muito variável em tamanho( 5-7 x 1-3 cm), inseridos no ápice de um tronco distinto, cilíndrico, curto (2-3 m), de 50-90 cm de diâmetro, com casca áspera e acinzentada. Flores solitárias que se abrem a noite, de 10-14 cm de diâmetro, longo-pedunculadas, afixadas sobre a quina dos ramos.
Fruto geralmente elipsoide, de 6-12 x 5-10 cm, amarelo-alaranjado, liso e deiscente( abrindo-se a partir do ápice), de polpa carnosa doce, com sementes negras. Espécie muito similar a Cereus Jamacaru DC.






Ocorrência: Minas Gerais e Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, principalmente na mata atlântica e nas florestas estacionais semidecíduas.


Madeira: muito leve, de textura grosseira e grâ regular, de baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos.


Utilidades: A madeira pode ser usada apenas para confecção de embalagens leve e aeromodelos. Os frutos são comestíveis e muito apreciado e a árvore é recomendada para uso paisagístico em geral.






Informações ecológicas: São plantas pioneiras, heliófitas, seletivas xerófita, característica e preferencial de terrenos rochosos de solo rasos de várias formações vegetais, principalmente em planaltos situados em altitudes compreendidas entre 700 e 1000 m. No centro sul do Rio Grande do sul ocorre principalmente na região denominada de pampas.


Fenologia: Floresce principalmente em janeiro e fevereiro. Os frutos amadurecem predominantemente em março e abril.







Obtenção de sementes: Para a obtenção de sementes os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea; em seguida abri-los manualmente para retiras a polpa com as sementes, cuja separação é feita pela lavagem  em água corrente dentro de uma peneira após o seu apodrecimento parcial. Um kg de sementes contém cerca de 600.000 unidades.


Produção de Mudas: Multiplicam-se tanto por sementes como por estacas. No caso de sementes, estas devem ser postas para germinação logo que colhidas, em canteiros a meia sombra preparados com substratos organo-arenoso peneirado, não havendo necessidade de cobri-las, apenas irrigar copiosamente no primeiro dia para enterrá-las. A emergência ocorrerá em 30-50 dias com baixa taxa de germinação. O crescimento é lento.


Árvores Brasileiras Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Nativas do Brasil

Volume 03    Primeira  Edição           Autor:  Harri  Lorenzi








Cambará-de-espinho, Não-me-toque ou Espinho-de-antônio


Características morfológicas: Altura de 10-14 m de copa arredondada, tronco curto e geralmente provido de abundantes espinhos em forma de rosetas, de 40-60 cm de diâmetro, com casca rugosa e parda; jovens, com espinhos axilares retos e geminados, de 20-40 mm de comprimento. Folhas cartáceas, trinervadas, de 4-10 cm de comprimento por 1,0-2,5 cm de largura, com um espinho no ápice,( as vezes só são espinescentes nas folhas superiores)


Ocorrência: Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, na floresta de altitude, em capões e no sub-bosque de pinhais.


Madeira:  medianamente pesada( densidade 0,83 g/cm3) de baixa resistência ao apodrecimento, com cerne e alburno indistintos.


Utilidades: A madeira pode ser usada apenas para caixotaria leve para fins energéticos( lenha e carvão). A árvore não é cultivada, contudo, por apresentar crescimento relativamente rápido, tem potencial para cultivo em reflorestamento heterogêneos destinados a preservação.






Informações tecnológicas: planta secundária, seletiva higrófita, mesófita quanto a exigência de luz, com ampla e expressiva dispersão nos capões e submatas de pinhais, situadas em solos úmidos ou rochosos, onde a vegetação não é muito densa.


Fenologia: Floresce durante os meses de dezembro a abril. Os frutos amadurecem logo em seguida.






Obtenção de sementes: As infrutescências por inteira devem ser colhidas diretamente da ávore quando se inicia a queda espontâneas dos primeiros aquênios( frutos), deixando-as secar a sombra para completar a liberação dos mesmos; estes, após a remoção do tufo de pelos presente em uma das extremidades por esfregamento manual, já podem ser utilizados como sementes. Um kg desse material contém cerca de 2 milhões de unidades.


Produção de Mudas: As sementes assim obtidas ( aquênio sem os semissombreados  preparados para o substrato arenoso enriquecido de matéria orgânica. A emergência demora 30-50 dias e a taxa de germinação é geralmente baixa. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado rápido.


Árvores Brasileiras, Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil.

Volume 03    Primeira  edição.