Murta

Características morfológicas:

Altura de 4-12 m muito variável, de copa mais ou menos piramidal, de ramos novos lisos, glabros (desprovidos de pelos) ou pubérulos (cuja cobertura dos pelos são invisíveis aos olhos), com troncos curtos e tortuosos de 25-35 cm de diâmetro, revestido por casca muito suberosa (onde parte as as raízes secundárias) e fissurada longitudinalmente de cor amarronzada, com descamamento  e placas novas avermelhadas, com pecíolo de 0,3-1,4 cm lâmina elíptica e ovalada, de ápice longo-acuminado e base aguda, cartácea, glabra, de 4-14 por 1,4-5,5 cm. Inflorescências em racemos (quando os os pedicelos  das flores inserem-se  em diversos níveis do cacho) axilares pubérulos (quando as coberturas dos pelos são invisíveis aos olhos)  ou glabros (desprovidos de pelos) de 0,8-2,7 cm de comprimento, com flores brancas. Frutos baga globosa, lisa, com mesocarpo (polpa) carnosa, doce e adstringente, com 1,4 sementes.

Ocorrência:

Região Sul de Goiás, Minas Gerais e São Paulo, em regiões montanhosas de campos rupestres(referente a rochedo ou rochas) florestas semidecídua (perdem suas folhagens em uma determinada época do ano) e mata ciliar (é designação dada a vegetação que ocorre as margens de rios e mananciais)


Madeira:

Moderadamente pesada (densidade de 0,88 g/cm3), textura média, de média suscetibilidade ao ataques de organismos xilófagos (tipo de inseto que alimenta-se de madeira).

Utilidade:

A madeira pode ser empregada para pequenas obras de carpintaria, cabo de ferramentas e para lenha e carvão. Os frutos são coméstiveis e muito procurados por vários tipos de aves. A árvore, de pequeno porte, é recomendada para reflorestamentos mistos destinados à preservação e para a arborização urbana.

Informações Ecológicas:

Planta semidecídua (perde parte de suas folhagens numa determinada época do ano) é heliófita (precisa da luz solar) e seletiva higrófita (adapta a umidade), características de florestas semidecíduas, campos rupestres (relativo a rochedos ou rochas) e matas ciliares ( tipo de vegetação que ocorre as margens de rios e mananciais) onde apresenta restrita dispersão. Prefere áreas altas sobre terrenos bem drenados.

Floresce principalmente em julho-agosto. Os frutos amadurecem em outubro-novembro.

Obtenção de Sementes:

Colhem-se os frutos diretamente da árvore após o início de sua queda natural cortando-se as infrutescências e batendo-as sobre uma lona para derriçar os frutos; em seguida deixá-los em saco plástico para apodrecer parcialmente a polpa e facilitar a remoção das sementes através da lavagem em água corrente. Um Kg de sementes equivale cerca de 6.500 unidades.



Produção de Mudas:

As sementes são postas para germinação logo que são colhidas em canteiros a meia sombra preparados com substrato organo-arenoso, cobrindo-as com uma fina camada do substrato peneirado e irrigando-se  duas vezes ao dia. A emergência ocorrerá de 30-40 dias com a taxa de germinação menor que 30%. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado moderado.




Fonte de pesquisa: Manual de Identificação e cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil / Autor Harri Lorenzi / Volume 01




Janaguba

Características  morfológicas:

Altura de 3-7 m, dotada de copa rala com ramos e folhas lactescentes, caducifólia (espécies de plantas que tem folhas que caem ou folhas caducas) de tronco linheiro de 25-35 cm de diâmetro, com cascas rugosas e grossas (suberosa) de cinza amarronzada. Folhas simples, semicoriáceas, (de consistência meio rija e as folhas são dispostas aos pares) obvaladas, concentradas no ápice dos ramos, quase glabas ,ou seja desprovidas de pelos,em ambas as faces, de 8-16 cm de comprimento por 3-4 cm de largura. Flores reunidas em inflorescências terminais cimosas(tipo de inflorescências) simples ou múltiplas. frutos deiscentes (Quando os frutos abrem-se e libera suas sementes ainda na planta) com dois folículos levemente curvados e unidos pela base, de 15-20 cm de comprimento, contendo muitas sementes achatadas e membranáceas.



Ocorrência:

Litoral leste do Brasil, desde o Amapá até a Bahia na mata de restinga arbórea, sendo particularmente  frequente na Chapada do Araripe no Ceará.


Madeira:

Leve, de baixa qualidade e de baixa registência ao ataque de insetos, com cerne e alburno( é parte viva e mais clara e frágil do tronco das árvores)  indistintos.

Utilidades:

A madeira, de características mecânicas baixas. pode ser usada apenas para caixotaria leve e par lenha. a árvore é raramente cultivada, contudo muito utilizada na medicina caseira, principalmente devido ao seu latéx que é usado para o controle do câncer . a árvore de aspecto um tanto imcomum, pode ser cultivado no paisagismo.

Informações  Ecológicas:

Planta aparentemente pioneira, heliófita (precisa da luz do sol) e seletiva xerófita (é adaptada a viver em climas semiáridos e desérticos) de várias formações arbóreas de restingas e da caatinga. Apresenta pequena frequência e distribuição bem irregular, podendo ocorrer em maior densidade em algumas áreas como na Chapada Araripe no estado do Ceará.

Floresce anualmente nos meses de agosto-outubro. Os frutos amadurecem predominantemente em novembro-dezembro.

Obtenção de Sementes:

Os frutos deverão ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida deixá-los ao sol coberto com uma tela fina para secagem  e completar a abertura, evitando-se que as sementes sejam levadas pelo vento. Um kg  de semente equivale cerca de 31.500 unidades.

Produção de Mudas:

As sementes deverão ser postas para germinação logo que separadas dos frutos, em canteiros a pleno preparados com solo arno-argiloso peneirado e enriquecido de matéria orgânica. Em seguida cobri-la as sementes com uma fina camada do mesmo substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorrerá de 60-80 dias com uma taxa de germinação geralmente baixa. Não dispomos ainda de informação segura sobre seu desenvolvimento em condições de campo.




Fonte de pesquisa: Manual de Identificação e cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil / Autor Harri Lorenzi / Volume 01