Pau ferro

Características morfológicas:

Altura de 12-18 m dotada de copa ampla e frondosa ( bela). Tronco curto e muito ramificado, com caneluras (estrias ou sulcos verticais de secção semicircular ao longo do fuste das colunas ou pilares antigos) Fuste (espécie de pau ou mastro que serve de amparo a qualquer coisa). São longitudinais e profundas, de 50-80 cm de diâmetro, com casca delgada que desprente-se em placas finas deixando mostrar por baixo uma superfície e de cor esverdeada muito ornamental. Folhas compostas bipinadas, alternas, de 8-12 cm de comprimento com 5-7 pinas opostas de 3-4 cm de comprimento cada uma com com 6-10 pares de folíolos > Inflorescências em racemos axilares simples de 2-3 cm de comprimento> Fruto legume ( vagem) lenhoso  indeiscentes (frutos que não abrem-se espontaneamente), achatado, preto e brilhante, de 3-5 cm de comprimento, com 2-4 sementes.

Ocorrência:

Estado do Mato Grosso do Sul, na mata chaquenha do Pantanal Mato-grossense. Muito comum na Argentina, Paraguai e Bolívia.




Madeira:

Muito pesada ( densidade de 1,18 g/cm3) muito dura ao corte e difícil de trabalhar, de textura fina e homogênea muito resistente e de grande durabilidade natural. É semelhante ao ébano.

Utilidade:

A madeira é empregada principalmente para obras externas, como postes, dormentes, construções hidráulicas, vigas e armações de pontes, porteiras, mourões, currais, excelente para lenhas e carvão é muito empregada para para confecção de instrumentos musicais em geral. A casca é reputada como medicinal e fornecedora de tanino e corante. Árvore bastante ornamental, com potencial para uso na arborização paisagística.

Informações ecológicas:

É uma planta decídua (Perde parte de suas folhas) heliófita (precisa da luz do sol) seletiva xerófita (plantas que adaptadas a viver em  climas semiáridos e desérticos). Características exclusivas das matas chaquenhas (tipo de vegetação arbórea) do Pantanal Matogrossense, onde é pouco frequente e de dispersão um tanto predominantemente no interior de formações primárias abertas e aclives suaves de solos pedregosos bem drenados, salinos ricos em cálcio. Produz anualmente grande quantidades de sementes viáveis.

Floresce durante os meses de outubro-dezembro e os frutos amadurecem de agosto a outubro.

Obtenção de Sementes:

Os frutos são colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea ou recolhê-los no chão após a queda, em seguida quebra-los manualmente para a retirada das sementes. Como as sementes são muito duras, devem ser escarificadas mecanicamente antes da semeadura. Um kg contém aproximadamente 12.500 sementes.



Produção de Mudas:


As sementes escarificadas são colocadas para germinação, logo que colhidas, em canteiros a pleno sol contendo substrato organo-arenoso. Em seguida deverão ser cobertas por uma camada de 0,5 cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorrerá de 5-10 dias e a taxa de germinação geralmente é maior que 50%. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado moderado, podendo alcançar 1,5 m de altura aos 2 anos de idade.








Fonte de pesquisa: Manual de Identificação e cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil / Autor Harri Lorenzi / Volume 01




Farinha-seca Camisa-fina ou Angico-branco

Características Morfológicas:

Altura de 9,0 a 12 m tronco cilíndrico com cerca de 40 a 80 cm de diâmetro e
com fuste (haste) relativamente alto que alcança 12 m de altura. A casca é, pulverulenta e amarelada, o que é bastante característicos e provavelmente rendeu-lhes o curioso nome de farinha-seca. Suas folhas são bipinadas, alternas, com números de folíolos elípticos, brilhantes e de cor verde-escura. A copa é esparsa aplanada e tem o formato de V. O fruto que se segue é uma vagem achatada, deiscente (são frutos que abrem-se e libera suas sementes ainda na planta) ela contém sementes ovaladas, duras pequenas e castanhas.

Ocorrência:

América Central, América do Norte, América do Sul mas é nativa da América do Sul e também encontrada em diversos estados brasileiros, desde o Rio Grande Do Sul até o Pará com menor incidência no nordeste do país.



Madeira:

É macia, clara, e frágil.

Utilidade:

Pode ser utilizada em caixotaria, artesanato, e na confecção de objetos leves.

Informações ecológicas:

A Farinha-seca, Camisa-fina ou Angico-branco é uma árvore semidecídua (ou seja perde parte de suas folhagens em uma determinada época do ano) é monóica (são plantas que possuem órgãos sexuais masculinos e femininos coexistentes no mesmo indivíduos).
Apesar de suas qualidades ornamentais e ecológicas, ainda é pouco utilizada em projetos paisagísticos. Está ameaçada de extinção é considerada pioneira e de sucessão primária, sendo importante incluí-la em programas de reflorestamento e recuperação ambiental.

Floresce na primavera e verão, despontando-se inflorescência do tipo panícula terminal, e com inúmeros capítulos densamente recoberto por estames de cor branca (estames são folhas modificadas onde formam-se os gametas masculinos da flor).

Obtenção de Sementes:

Multiplica-se por sementes, que devem ser colhidas de frutos maduros e escarificadas em ácidos sulfúricos para a quebra da dormência.

Produção de Mudas:

Deve ser cultivada a pleno sol, em solo fértil, profundo enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente nos primeiros anos após o plantio. Depois de bem estabelecida é tolerante a curtos períodos de estiagem. Plantar imediatamente em substrato mantido  úmido.





Fonte de pesquisa: Manual de Identificação e cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil / Autor Harri Lorenzi / Volume 02




















Alecrim

O Alecrim é um maravilhoso tempero, ainda que raramente usado na culinária brasileira, agrada e muito o paladar europeu. É uma erva originária do Mediterrâneo (Rosmarinus officinalis). Ele é uma planta medicinal, também conhecida como Alecrim de cheiro, Alecrineiro, Alecrinzeiro ou Rosmaninho, e pode ser comprada em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação e em algumas feiras livres.

Há também o Alecrim do campo, que não serve como tempero, mas é usado para lavar feridas e espantar moscas. 

Propriedades medicinais:

Muitos são os benefícios para o humor,enxaqueca, alívio da dor e Anti-inflamatório. Também indicado para fortalecer a memória, gastrite e úlcera estomacal, artrite, artrose, reumatismo, cistite, menstruação irregular, cólica menstrual e tensão pré-menstrual. 


Como plantar:

O alecrim pode ser cultivado a partir de sementes ou por estaquia. As sementes podem ser plantadas em sementeiras, pequenos vasos e outros contêineres. A germinação das sementes pode ser demorada e as plantas podem levar até três anos para se tornarem completamente desenvolvidas. As mudas de alecrim são transplantadas quando têm de 15 a 20 cm de altura. 

A colheita do alecrim para uso doméstico pode começar a partir de 90 dias após o plantio. Contudo, o ideal é que a colheita ocorra apenas a partir do segundo ou terceiro ano de cultivo, retirando-se no máximo metade dos ramos para não prejudicar muito as plantas.

Como utiliza-lo:

Como salada e como suco de folhas maceradas. Pode-se misturar óleos em partes iguais ao sulco da alecrim para várias aplicações. 





Links:

Cultivar o Alecrim





Agrião

O Agrião-do-brejo, Agrião-da-europa, Cardomo-dos-rios ou simplesmente Agrião é uma planta de folhas pequenas e verde-escuras, a hortaliça é uma excelente opção para enriquecer saladas. De origem asiática ela cresce abundantemente nas margens de rios e córregos brasileiros. Hoje é conhecida no mundo inteiro não só por ser uma hortaliça saborosa mas também por suas propriedades medicinais.

Propriedades medicinais:

Descongestionante, béquico, digestivo, depurativo, diurético, o agrião é também rico em iodo, ferro, fosfato, e óleos essenciais.


Como plantar:

O plantio de agrião é feito por meio de sementes que podem ser compradas em supermercados, cooperativas e lojas de produtos agropecuários. O espaçamento para o cultivo do agrião são de 20 centímetros entre plantas e 25 entre linhas. Pode-se utilizar caixotes como uma alternativa para áreas pequenas. O agrião necessita de boa luminosidade, com pelo menos algumas horas de sol direto diariamente. Em regiões de clima quente evite que a planta fique exposta ao sol nas horas mais quentes do dia.  Algumas propriedades utilizam o sistema de hidroponia. O plantio é feito em solução nutritiva, mas tem custo alto.

Como utiliza-lo:

Como salada e como suco, para isto adicione no liquidificador 2 ramos de agrião e um copo de suco de laranja e bata bem. 




Links:


Salada de agrião


Faça uma salada de agrião com queques de abóbora ao vinagre tahine.




Outra salada: agrião com requeijão e palha de alho francês.


Pata-de-vaca

Características Morfológicas:

Casca suberosa
Altura de 3-8 m dotada de uma copa larga e baixa, sem espinhos e com semidecídua (perde parte de suas folhas durante o ano), de tronco curto e quase cilíndrico, com 15-25 cm de diâmetro, revestido por uma casca suberosa (que tem consistência da cortiça) e sulcada longitudinalmente (descamante e de coloração cinza) ou cor pardo acinzentada.

Folhas simples e alternas, com pecíolo de 1-4 cm de comprimento; lâmina cartácea (seco flexível), e bilobada com a forma de pata-de-vaca, glabras (desprovidas de pelos) e brilhante na face superior e opaca e de cor mais clara embaixo, de 2-7 cm de comprimento por 3-9 cm de largura, com 7-9 nervuras principais saindo da base.

Inflorescências em racemos axilares (quando a inflorescência das flores inserem-se em diversos níveis em cacho) e terminais curtos, com poucas flores andrógenas de pétalas brancas com aparte estandarte amarela. Fruto legume  achatado e deiscente (quando o fruto abrem-se e libera suas sementes ainda na planta), com 6-12 sementes.

Ocorrência:

Sul e Sudeste ( São Paulo) do país, na floresta semidecídua da bacia do Paraná.


Madeira:

Pesada, de densidade de 0,94 g/cm3, de textura média de ótima resistência ao ataque de organismos xilófagos (inseto que alimenta de madeira).

Utilidades:

A madeira, pelas pequenas dimensões disponíveis, é indicada apenas para estacas e mourões, bem como para lenha. Planta ornamental, principalmente quando em flor, é recomendada para uso paisagístico em geral; de crescimento rápido, é indicada para reflorestamento.

Informações Ecológicas:

Planta semidecídua (perde parte de suas folhagens durante uma determinada época do ano) seletiva heliófita (precisa da luz do sol) e higrófita (gosta de umidade), é uma característica e exclusiva da floresta estacional semidecídua da bacia do Paraná, onde é amplamente dispersa com padrão de distribuição descontínua e irregular. Em condições de cultivo e fora do habitat natural raramente produz semente.

Floresce principalmente em janeiro e fevereiro. Os frutos amadurecem e abril-maio.

Obtenção de Sementes:

Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando ainda não completamente maduros, mas quando os primeiros iniciarem a abertura espontânea; em seguida deverão ser deixados ao sol para secá-los e completar a abertura. Um kg de semente contém 12.500 unidades.

Produção de Mudas:

As sementes devem ser postas para germinação logo que colhidas em canteiros a meia sombra, preparadas com substrato organo-arenoso, cobrindo-as com uma fina camada do mesmo substrato peneirado e irrigando-se uma vez  ao dia. A emergência ocorrerá cerca de três semanas, com a taxa de germinação geralmente elevada. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado moderado, dificilmente ultrapassando 2 m de altura aos 2 anos de idade.




Fonte de pesquisa: Manual de Identificação e cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil / Autor Harri Lorenzi / Volume 01



Pacotê

Características morfológicas:

Altura de 8-15 m, dotada de uma copa alongada e raízes tuberosas, e com folhagem decídua (perde suas folha em uma determinada época do ano) de ramos novos e com tronco de 30-50 cm de diâmetro, revestido por uma casca superficialmente fendida, de cor branca-acinzentada. Folhas simples longo-pedunculadas de  7 a 25 cm e lobadas (folhas serrilhadas que tem pequenos dentes inclinados com uma serra ou divididos em lobos ou lóbulosglabras ( desprovidas de pelos) ou pubescentes na face inferior de 6-23 cm de comprimento por 10-36 de largura. 

Flores de 8-12 cm de diâmetro, andrógenas ( são flores que possuem os dois sexos). São amarelas reunidas em inflorescências terminais. Frutos largamente ovalados, do tipo cápsula, geralmente um por ramificação, suberetos ou pendentes, aveludados ou glabrescentes, (perdem seus pelos espontaneamente), com inúmeras sementes reniformes envoltas (que tem a forma de um rim) por pelos brancos.

Ocorrência:

Região Norte e Nordeste, principalmente nas florestas decíduas (que perdem suas folhagens numa determinada época do ano) do nordeste caatinga e nas savanas do Amapá e Roraima.


Madeira:

Leve, macia ao corte, de textura grossa de baixa resistência ao ataque de xilófagos ( insetos que alimentam-se de madeiras)

Utilidades:

A madeira pode ser usada para caixotaria e polpa celulósica. A árvore é muito ornamental quando em flor, tendo potencial para cultivo no paisagismo em geral, sendo também indicada para reflorestamentos.

Informações ecológicas:

Muda de Pacotê
Planta pioneira, heliófita ( precisa da luz do sol) xerófita ( adapta em ambientes de clima semiáridos e desérticos) características exclusivas de florestas e savanas de clima sazonal (semiárido) como a caatinga do Nordeste e as savanas do Pará, Amapá e Roraima. Apresenta frequência baixa e distribuição  irregular sendo mais frequente em capoeiras e áreas de intensa ação trópica.


Floresce em setembro-outubro com a planta despida de suas folhagens. Os frutos amadurecem de 6-8 semanas após a polinização das flores com a árvore ainda em folhas.

Obtenção de Sementes:

Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura ou recolhê-los no chão após a queda espontânea. Em seguida devem ser deixado  à sombra para secarem e completarem a abertura e liberação das sementes. Um kg equivale cerca de 28.200 unidades.

Produção de Sementes:

Multiplicam-se por sementes e por estacas que enraizam-se facilmente. No caso de sementes, estas deverão ser postas para germinação logo que colhidas em canteiros semi-sombreados de substrato areno-argiloso. A emergência demora de 30-40 dias e a germinação é baixa. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado rápido.

Fonte de pesquisa: Manual de Identificação e cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil / Autor Harri Lorenzi / Volume 01











Arborização Urbana

O plantio de espécies de árvores nativas em ruas, avenidas, parque, praças, ruas de nossas cidades é uma prática insignificante, a despeito da riqueza de nossa flora. Isso ocorre exclusivamente por desconhecimento de nossas espécies.

Desde o início de nossa colonização, foram trazidas de outros  países as espécies para arborizar nossas ruas e praças. Este fato foi um dos responsáveis pela quase extinção  de muitas espécies de pássaros em nossas cidades devido a não adaptação ao consumo dos frutos de espécies exóticas. Entre as espécies nativas apenas alguns tipos de ipês, a sibipiruna, o oiti, e coqueiro-jerivá são relativamente plantadas em nossas cidades. Estima-se que aproximadamente 80% das espécies cultivadas nas ruas de nossas cidades são da flora exótica.



Evidentemente nem todas as espécies de árvores da nossa flora prestam-se adequadamente para o plantio em áreas urbanas. Algumas apresentam porte muito elevado ou raízes muito volumosas, outras possuem frutos muitos muito grandes ou quebram galhos facilmente com o vento oferecendo riscos à população. A grande maioria, entretanto, pode ser plantada em praças, parques e grandes avenidas.

Para o plantio nas calçadas de ruas, principalmente sob rede elétricas, devem-se tomar muito cuidado de se escolher a espécie adequada pra evitar problemas futuros. Mesmo para essas condições extremas, existem muitas espécies nativas que podem ser plantadas. Sua principal restrição está na altura máxima quando adulta, a qual não deverá ultrapassar 8 m.



Fonte de pesquisa: Manual de Identificação e cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil / Autor Harri Lorenzi / Volume 01